quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

"Entre o Agora e o Nunca" J.A. Redmerski



Título: Entre o Agora e o Nunca
Autora: J. A. Redmerski
Editora: Presença

De entre a literatura "young adult", a americana J. A. Redmerski tem-se afirmado como um dos nomes mais promissores e "Entre o Agora e o Nunca", o seu primeiro livro editado em Portugal, foi uma boa surpresa nas minhas leituras em 2014.

A vida de Camryn Bennett, uma jovem de vinte anos, parece cada vez mais deprimente: além de ainda sofrer com o divórcio dos pais e a morte do namorado, o seu irmão está preso e as suas perspectivas futuras após terminar o seu curso são desanimadoras. E para piorar tudo, desentende-se com a melhor amiga Natalie após uma atribulada saída nocturna.
Perante isto, Camryn decide num impulso deixar tudo e entrar num autocarro sem destino concreto. Durante a viagem, Andrew Parrish, um jovem de 25 anos, atraente e divertido, mete conversa com ela e apesar de uma desconfiança inicial, a proximidade e atracção entre ambos vai crescendo. 
Depois de visitarem o pai moribundo de Andrew no Wyomming, os dois decidem continuar a sua viagem através de vários estados americanos, passando por várias situações, algumas divertidas, outras nem por isso. E o amor e o desejo falam mais alto, assim como a dor da incerteza assim que Andrew e Camryn tiverem que se separar. 

O principal mérito de "Entre Agora e o Nunca" é fazer o leitor sentir como companheiro de viagem dos protagonistas e deixá-lo sempre na expectativa sobre o que irá acontecer a seguir, por vezes causando-lhe enorme surpresa. (No final, o leitor leva um valente susto). Embora o livro siga maioritariamente a perspectiva de Camryn, alguns capítulos têm o ponto de vista de Andrew (onde por exemplo, ficamos a saber que a sua intenção de se aproximar dela no autocarro teve um motivo bem mais sério do que simples curiosidade). Apesar de ter achado o Andrew demasiado perfeito e idealizado (até os seus erros e defeitos contribuem para tal), a relação entre os protagonistas é bem construída e as suas emoções e reacções credíveis. A sensualidade e o erotismo também estão bem presentes mas sem serem demasiado preponderantes. Pode-se dizer que o livro ao mesmo tempo mistifica e desmistifica os clichés do romance "young adult".

Apesar de ter gostado imenso da história, confesso que, talvez por já estar na casa dos trinta, não consegui deixar de a ler sem experimentar um certo cinismo e pensar: "Sim, isso dos dois andarem juntos ao sabor do vento, serem livres e fugirem das imposições da sociedade é muito bonito, mas a longo prazo, quero ver como vai ser." Se eu tivesse a idade dos protagonistas, talvez fosse mais fácil admirar mais esses ideais de vida, mas nesta fase da minha vida, já não creio que seja bem assim. Mas pronto, serve perfeitamente para o propósito da história, e se esses ideais não se podem acontecer nos livros, onde é que podem?

Seja como for, estou ansioso pela continuação, "Entre Agora e Sempre" que acaba de ser publicada.

3 comentários:

  1. Não pareceu mau de todo. Não sou muito de ler o género "young adult" mas agora estou a ler a trilogia do Divergente porque vi o primeiro filme e não tenho paxorra para esperar pelos próximos. Como estou a ler o primeiro livro, é inevitável comparar com o filme e, apesar de pequenas diferenças, não está muito diferente.

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    1. Pois eu não sou muito de ler distopias, por isso não tenho tido muito interesse em sagas como Divergente ou Jogos da Fome. Quem sabe um dia.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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