terça-feira, 28 de abril de 2015

Vamos falar de capas #1

Nova rubrica no blogue dedicada às capas dos livros. Hoje três tópicos.

A CAPA MAIS FEIA NA MINHA ESTANTE


A capa mais feia de entre a minha colecção de livros é sem dúvida esta de "Corações em Silêncio" de Nicholas Sparks. Já se sabe que as capas da Editorial Presença nos anos 90 e inícios deste século não primavam pela qualidade e as primeiras edições dos livros do Nicholas Sparks são um paradigma desse período de mau design. Mas no caso deste livro, acho esta primeira capa é mesmo horrível: não há nada que eu goste nela. Detesto o fundo amarelo, detesto as montagens de fotografias, detesto as silhuetas, até detesto o tipo de letra no título. O que é pena pois este é um dos meus livros preferidos do autor, senão mesmo o meu preferido. Quase que me dá vontade de comprar uma nova edição com uma capa melhor

A CAPA MAIS BONITA NA MINHA ESTANTE


Não há assim uma capa de entre os livros que eu tenho que eu ache super linda, mas para mim a mais bonita talvez seja mesmo esta de "A Culpa é das Estrelas" de John Green. Pelo menos é bem mais bonita que a capa original com as nuvens. A edição que eu tenho vem com uma sobrecapa com o poster do filme, mas por baixo vem a capa original. O céu estrelado é uma escolha algo previsível mas até acho que aqui está bonito. Gosto dos tipos de letra escolhidos tanto para o título como para o nome do autor e sobretudo gosto das casinhas na parte de baixo a fazer lembrar as casas em Amesterdão, onde se passa parte da acção do livro e que também é uma cidade que já visitei.  

A HISTÓRIA DA CAPA DO MEU LIVRO



A Chiado Editora nunca me abordou sobre como eu imaginava a capa para o meu livro. No entanto, era precisamente algo assim que eu imaginava: a imagem de um prédio e silhuetas de figuras humanas nas janelas. A outra proposta para a capa tinha o mesmo conceito mas de forma mais estilizada. Acham que escolhi bem ou devia ter escolhido a outra?



Seja como for, estou satisfeito com a capa. Os desenhos dos prédios podiam ter sido um pouquinho mais elaborados mas não estão mal a meu ver. Gosto da atmosfera nocturna e a ideia de observar através das janelas, uma vez que o livro é uma incursão à intimidade de quatro casais. 
A contracapa segue a mesma linha gráfica de uma atmosfera de uma cidade à noite.


E agora gostaria de perguntar aos leitores do blogue. Quais são as vossas capas preferidas e que menos gostam de entre a vossa colecção de livros. Deixem o vosso comentário!







domingo, 26 de abril de 2015

"Abre o Teu Coração" James Patterson


Título: Abre o Teu Coração
Autor: James Patterson
Editora: Presença

Estava muito céptico em ler mais um livro deste autor. Nunca li nada da vertente mais policial de James Patterson, mas na sua corrente de drama/romance não fiquei muito impressionado. Primeiro li "Um Casamento No Natal" e achei a história engraçada mas muito pouco desenvolvida, as coisas aconteceram de forma muito apressada e o livro passa por algo superficial. Depois li "Diário de Uma Mãe" e não fiquei nada impressionado, achei-o cheio de clichés, previsível e demasiado decalcado do Nicholas Sparks. Por isso fiquei com o pé atrás face a James Patterson.

Ainda assim, aproveitando uma promoção no site da Editora Presença em que era possível adquirir três livros, pagando apenas um, acabei por escolher outro livro do autor de entre a lista de títulos abrangidos pela promoção. E mesmo não tendo adorado, gostei mais de "Abre o Teu Coração".

Jennifer Wells é uma escritora/colunista que ainda sofre com a morte do marido num acidente de surf. Quando a sua avó Sam, que a criou desde a morte prematura dos pais de Jennifer e foi sempre a sua melhor amiga, tem uma trombose, Jennifer decide passar uns tempos na casa de férias da família no Lago Genebra no Wisconsin para ficar perto da avó. Aí Jennifer depara-se com uma série de cartas que Sam escrevera para a sua neta. Ao ler essas cartas, Jennifer fica espantada ao descobrir que não só o casamento dos avós, que ela julgava feliz, foi sempre desprovido de amor como Sam mantivera um caso amoroso com alguém que a avó designa simplesmente por Doc.

Durante esse período Jennifer reencontra um amigo de infância, Brendan Keller, que está a passar uma temporada noutra caso do lago. Entre os dois acaba por nascer um clima de romance que floresce até Brendan lhe revelar um segredo que pode acabar com tudo. Mas inspirada pela história narrada nas cartas de Sam, Jennifer está disposta a lutar por esse novo amor, apesar de todos os riscos.

Em "Abre o Teu Coração", alguns dos meus problemas com o autor mantiveram-se sobretudo o facto de como certos assuntos da história foram pouco desenvolvidos ou explicados muito apressadamente, sobretudo a verdadeira identidade de Doc. No entanto, já foi uma leitura mais interessante e menos previsível. Talvez porque tinha a fasquia bem baixa, mas o certo é que gostei mais, sobretudo do Brendan. Ainda não estou muito fã de James Patterson, mas este livro já foi um passo a favor a meu ver.     

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O Livro ou o Filme? (#2) "O Diário da Nossa Paixão" Nicholas Sparks


Título: O Diário da Nossa Paixão
Autor: Nicholas Sparks
Editora: Presença


Realização: Nick Cassavettes
Argumento: Jeremy Leven e Jan Sardi
Elenco: Ryan Gosling, Rachel McAdams, Gena Rowlands, James Garner

Regressando à rubrica "O Livro ou o Filme?", desta vez trago um exemplo bem conhecido em que tanto o livro como o filme têm um estatuto de lendário, se bem que cada um à sua maneira. "O Diário da Nossa Paixão" ("The Notebook" no original) foi o primeiro livro de Nicholas Sparks, editado nos EUA em 1996 e em Portugal dois anos mais tarde, e como tal, aquele que o lançou como um dos grandes nomes da literatura romântica. 

Em Portugal, o interesse por Nicholas Sparks surgiu sobretudo a partir de 1999 aquando da primeira adaptação cinematográfica de uma obra sua, "As Palavras Que Nunca Te Direi". Foi também com este livro que me iniciei no universo "sparksiano", tendo depois prosseguido com "Corações em Silêncio" e "O Diário da Nossa Paixão", sendo que estes dois ainda permanecem como os meus títulos preferidos do autor. 

A história é sobejamente conhecida. Num lar de idosos, um homem lê todos os dias a uma mulher que sofre de Alzheimer a história de um amor entre Allie Nelson, uma jovem da alta sociedade, e Noah Calhoun, um simples rapaz operário nos anos 40. Gradualmente percebe-se que os dois idosos são Allie e Noah na actualidade e que esta é uma forma do marido manter viva a história de amor com a esposa cada vez mais debilitada pela doença e pelas perdas de memória que acarreta. 
Eu li o livro nos idos de 2001 ainda com aquela capa púrpura (as capas desses tempos, sobretudo as da Presença, deixavam muito a desejar). Apesar de ter achado a história algo resumida, com diversos aspectos que poderiam ser mais explorados, foi sem dúvida uma leitura apaixonante e desde então achei que daria um belo filme.


A adaptação para filme acabou por surgir em 2004. Foi a terceira adaptação de um livro de Nicholas Sparks ao cinema, pois além do já referido "As Palavras Que Nunca Te Direi", também houve em 2002 "Um Amor Para Recordar" (adaptado de "Um Momento Inesquecível", o único caso em que o filme teve um título português diferente do respectivo livro de Sparks). Apesar das críticas não muito favoráveis (que aliás são apanágio de todos as adaptações cinematográficas do autor), o filme desde então tem ganho um estatuto de culto, sendo apontado como uma das principais referências do cinema romântico a par de títulos "Love Story" e "Titanic". Aliás, será talvez a principal referência desse género no período pós-Titanic e pré-Crepúsculo e cimentou definitivamente a vontade de Hollywood em adaptar os livros de Nicholas Sparks ao cinema. 

A principal diferença do livro para o filme é que o primeiro foca-se sobretudo no reencontro do casal em 1948, quando ele regressa da Segunda Guerra Mundial e ela está noiva de outro homem e o segundo no início do romance de ambos e seus consequentes obstáculos em 1940, um período não muito aprofundado no livro. De certo modo, essa foi uma boa opção para o filme para lhe conferir mais antagonismo à história, do qual o livro carecia um pouco. Ainda que pessoalmente acabei por não sentir nenhuma animosidade pela que seria a principal opositora, a mãe de Allie, até porque tinha lido o livro e sabia que ela mais tarde mostraria uma outra faceta. Por outro lado, se no livro não senti nenhuma particular empatia pelo Lon, o noivo de Allie, no filme até tive alguma pena dele por ser preterido, embora fosse imperativo que Allie e Noah ficassem juntos. Foi uma escolha inteligente não se ter caído na tentação de pôr Lon no típico cliché do rico snob e antipático.

O principal trunfo do filme é sem dúvida a química entre os dois protagonistas, Ryan Gosling e Rachel McAdams, que aliás extravasou durante alguns anos para a vida real. Os dois não eram nenhuns desconhecidos mas foi com "O Diário da Nossa Paixão" que se tornaram estrelas. Embora Ryan Gosling tenha feito por pautar a sua carreira por papéis bem diferentes, não há como lhe descolar o rótulo de galã romântico que lhe foi colado neste filme. Para muitos, o papel de Gosling elevou a fasquia do romantismo masculino a alturas inacessíveis. Por acaso, apesar de ter muita curiosidade em saber quem seriam os protagonistas, nunca tinha pensado em nenhuns nomes em particular para os papéis principais. 
Já entre os aspectos que não gostei muito, foi o do casal veterano. Apesar da competência habitual de James Garner e Gena Rowlands, não sei se a forma de abordar com a história deles na terceira idade terá sido a melhor.

Agora o veredicto: o livro ou o filme? Gostei imenso dos dois, cada um tem os seus pontos fortes e os pontos menos positivos, mas creio que o livro leva uma pequeníssima vantagem.