domingo, 16 de agosto de 2015

Booktubers TAG

Pela primeira vez vou fazer uma TAG neste blog, a saber a Booktubers TAG com quinze categorias sugeridas por quinze booktubers portugueses e brasileiros. Descobri esta TAG no canal InesBooks.

Eis as minhas respostas


1. Claire Scorzi: Um clássico

"Madame Bovary" de Gustave Flaubert. Li em francês no segundo ano da minha licenciatura e mais tarde li também em português. Pode-se dizer que este é o "the great French novel", um olhar mordaz e desencantado à sociedade rural francesa do século XIX e aos desejos do ser humano.  






2. Tati Feltrin (Tiny Little Things): Um livro em inglês

"Manhattan Transfer" de John Dos Passos. Outro livro que li para a minha licenciatura, desta vez para a cadeira de Literatura Norte-Americana que tive no terceiro ano. Um vasto e complexo mas ao mesmo tempo intrigante mosaico de histórias e personagens numa Nova Iorque ora impiedosa ora fascinante.



3. Ju Gervason (O batom de Clarice): Um livro de poesia
"Sonetos" de Florbela Espanca. O único livro de poesia que eu tenho mas que a volta e meia sabe bem regressar e escolher um soneto ao acaso.





4. Patricia Pirota: Um livro nacional

"Todos Os Nomes" de José Saramago. Porque foi o primeiro livro do nosso Nobel que comprei.





5. Mell Ferraz (Literature-se): Um livro fofo

"As Crianças São Muito Infantis" de Fernando Caeiro. Não pode haver algo mais fofo do que as tiradas de quatro crianças traquinas. E acompanhem também a página no Facebook.





6. JotaPluftz: Uma banda desenhada

Não li nenhuma graphic novels a sério (embora tenha curiosidade em ler algumas como "Persopolis" e "Blue Is The Warmest Colour"), por isso a minha escolha vai para um volume de uma série clássica, que foi um dos primeiros livros de banda desenhada que eu li fora das revistinhas. "Lucky Luke e Os Dalton No Canadá" de Morris e René Goscinny.





7. Victor Almeida (Geek Freak): Um livro de fantasia

Outro género de que ainda não li muito. Talvez não seja a escolha mais ortodoxa mas optei por "O Vale do Silêncio" de Nora Roberts, o terceiro volume da trilogia do Círculo, mas como este volume passa-se quase exclusivamente num universo paralelo e tem vampiros, bruxedos, dragões e combates medieval style, acho que cumpre os requisitos. 





8. Gisele Eberspächer (Vamos Falar Sobre Livros?): Um livro lançado nesta década
"As Primeiras Luzes da Manhã" de Fabio Volo. O autor que mais adorei descobrir nesta década. O meu texto sobre este livro está aqui.



9. InesBooks: Um livro da literatura portuguesa

"Os Maias" de Eça de Queiroz. "The great Portuguese novel"





10. Isa (lidolendo): Quero ser amigo desse livro

"The Perks Of Being A Wallflower" de Stephen Chobsky. Quero ser amigo do livro, das personagens, dos acontecimentos, das músicas, de tudo.





11. Pam Gonçalves (Garota It): Um livro chick-lit ou YA

"Entre O Agora E O Nunca" de J.A. Redermski. Tudo o que um bom YA deve ter. Ver o  meu texto sobre o livro aqui.



12. Vevsvaladares: Um livro que dança ballet na sociedade
Isto pode ser muita coisa, não é? Escolhi "A Sul da Fronteira, A Oeste do Sol" de Haruki Murakami pelo olhar à intimidade na sociedade japonesa e porque um dos actos mais significativos do protagonista é dançar com a rapariga que ele ama. 





13. Sopa Primordial: Um mangá ou um livro japonês

Como nunca li nenhum manga (só folheei rapidamente um volume do "Naruto"), lá terei de voltar a escolher o Haruki Murakami com o seu triplo épico "1Q84". Mistério, distopia, nostalgia 80's, crítica à sociedade japonesa, literatura, religião, sexo, música, esquemas económicos...está lá tudo. 





14. Denise Mercedes (Cem Anos de Literatura): Um livro com mais de 600 páginas

Como já escolhi "Os Maias" e não me recordo de ter lido outro calhamaço semelhante, pelo menos de um volume só, vou aldrabar as coisas e optar por um livro de não-ficção: "The Complete Book of Summer Olympics - 2012 Edition" de David Wallechinsky e Jamie Loucky. Para quem se interessa sobre a história dos Jogos Olímpicos, este é o compêndio indispensável. 





A 15.ª categoria, sugerida por Henrique Júnio (Ensaio sobre a inconstância) é "Um livro da Cosac Naify" mas como não tenho nenhum livro dessa editora brasileira, não posso responder.

Aproveito para convidar os leitores deste blogue a sugerirem-me outras TAGs ou a responderem a este tag, ou nos comentários ou na minha página oficial do Facebook.




quarta-feira, 5 de agosto de 2015

"A Rapariga de Papel" Guillaume Musso


Título: A Rapariga de Papel
Autor: Guillaume Musso
Editora: Bertrand

Este foi o terceiro livro que li do autor. Primeiro li o "Venho Para Te Levar" em francês, mas apesar de boas ideias, mas cuja leitura acabou por não me agradar tanto como gostaria. Depois li o "Salva-me", já em português, que gostei um pouco mais. E deste "A Rapariga de Papel" gostei mais ainda.

Tom Boyd é um escritor que conheceu um sucesso estrondoso devido a uma série de livros de narrativa fantástica com anjos. Porém, uma dolorosa ruptura com Aurore, uma pianista francesa por quem se apaixonou, deixou-o sem vontade de viver, quanto mais de escrever e refugiou-se na clausura, recorrendo ao álcool e às drogas para enganar a dor. O seu amigo e agente Milo informa-o que os investimentos financeiros de ambos foram por água abaixo e só a conclusão do terceiro e último livro da série os pode salvar da ruína. Milo também conta-lhe que uma edição de luxo do primeiro volume correu mal e só metade de cada exemplar foi impressa, terminando abruptamente a meio de uma frase.
Nessa noite surge em casa de Tom uma jovem completamente nua que diz ser Billie, uma personagem do livro mencionada precisamente nessa frase inacabada e que por causa disso caiu no mundo real. Depois de muita desconfiança, as atitudes e os dados demonstrados pela rapariga confirmam  as características da personagem e Tom vai-se convencendo que se trata mesmo da personagem que criou. Quando Billie o resgata de uma tentativa de internamento psiquiátrico, os dois partem rumo ao México e formam um pacto: ela ajudar-lhe-à a reconquistar Aurore e ele dar-lhe-á uma história mais digna no terceiro volume. Mas ao longo do caminho, os dois vão desenvolvendo outros sentimentos. E quando Billie padece de uma estranha doença, Tom, Milo e Carole, a polícia amiga de infância de ambos, lançam-se numa corrida contra o tempo para a salvar. Essa salvação passará tanto por Tom escrever o novo livro como por recuperarem um exemplar da edição defeituosa que vai passando por diversas mãos em vários lugares do mundo. Mas será Billie mesmo uma personagem ficcional ou algo mais?

Eu gosto da escrita de Guillaume Musso, mas por vezes consegue ser um pouco angustiante e foi isso que me desanimou no primeiro livro que li dele. Porém neste livro essa angústia até contribuiu para que me ligasse à história, apreciasse as aventuras das personagens e me deixasse na expectativa. Outra característica do autor é criar personagens momentâneas onde apesar de merecerem uma larga descrição, só intervêm num determinado e geralmente decisivo momento da acção. Noutros livros, como por exemplo em "Salva-me", por vezes esse recurso acaba por ser um pouco acessório, mas em "A Rapariga do Papel" essa sucessão de personagens efémeras acaba por ser um dos aspectos mais positivos da segunda metade do livro.    

Eu por acaso apanhei um spoiler sobre o mistério do livro, mas mesmo assim consegui abstrair-me disso durante a maior parte da leitura e quando me lembrava, custou-me atar o fio à meada, o que foi mais um ponto a favor.