domingo, 28 de agosto de 2016

"Retrato de Família" Jojo Moyes



Título: Retrato de Família
Autora: Jojo Moyes
Editora: Porto Editora

"Viver Depois De Ti" foi uma das minhas melhores leituras do ano e como tal, despertou-me a vontade de ler mais coisas da sua autora Jojo Moyes. Com a recente Feira do Livro do Continente e o desconto de 50% deste livro, acabei por adquirir este "Retrato de Família", que sucede ser o romance de estreia de Jojo Moyes, editado no Reino Unido em 2002, mas que só chegou a Portugal em 2011 quando a autora já tinha outros títulos editados por cá. 

"Retrato de Família" é a história de três mulheres da família Ballentyne: Joy, a avó, Kate, a mãe e Sabine, a filha e como lentamente as relações entre as três, caracterizadas pela tensão, pela frieza e pelo ressentimento, vão-se fortalecendo gradualmente. A narrativa divide-se entre os anos 50 e 60, quando Joy conhece Edward, aquele que será o seu marido, e os primeiros anos do casamento de ambos, e em 1997 onde a acção actual decorre.

Em 1953, no dia em que Isabel II é coroada, a elite britânica de Hong Kong reúne-se para acompanhar o acontecimento via rádio. Para Joy, tal não passa de mais outro aborrecido evento no meio sufocante onde está inserido, caracterizado pelas aparências, pela hipocrisia e pela constante desaprovação da sua mãe Alice. No entanto, esse será o dia em que Joy conhece Edward Ballantyne, um oficial do exército, junto do qual ela descobre a possibilidade de ser ela mesma e de fugir a todas as restrições que a atormentam. Por isso, uns dias ao lado de Edward são suficientes para que Joy queira casar com ele. E assim começa aquela que aparentemente é uma bela história de amor e um casamento sólido e exemplar.

Mais de quarenta anos depois, Joy e Edward vivem num palecete algo decadente na Irlanda. Kate, a filha de ambos, cortou quase todo o contacto com os pais e mudou-se para Londres, onde criou a sua filha Sabine, enquanto foi saltando de uma relação para a outra sem nunca estabilizar. No dealbar de outra crise amorosa, uma vez que pretende trocar o actual companheiro por outro, Kate decide enviar Sabine para passar uns tempos com os avós, para que ela não tenha de assistir a mais cenas tristes. 
A ideia não podia agradar menos a Sabine, já que os avós vivem numa aldeia irlandesa rústica onde não existem as coisas a que uma adolescente citadina está habituada. Além disso, Sabine demora a habituar-se às inúmeras regras da casa impostas pela avó e aos actos bruscos do avô. Mas aos poucos, a jovem habitua-se aos costumes locais e vai fazendo amigos como Thom, o trabalhador do estábulo e que tem uma prótese depois de ter ficado sem uma mão num acidente, Mrs. H, a cozinheira e governanta, e Annie, a filha de Mrs. H, que apesar da amizade imediata que estabelece com Sabine revela alguns comportamentos estranhos. E através de fotos antigas da sua família, aos poucos Sabine vai se aproximando dos avós. Quando a saúde do avô agrava-se, Kate regressa a casa dos pais onde redescobre o ressentimento destes, bem como a surpresa pela proximidade entre Sabine e os avós e os assuntos mal resolvidos como Thom. Mas só quando um segredo da família vem à luz é que as três mulheres conseguirão sarar os ressentimentos mútuos.

Mais uma vez, Jojo Moyes demonstra ter uma escrita extremamente eficaz e sólida, capaz de prender o leitor que fica ansioso para saber os mistérios que rodeiam as personagens. Contudo dá para ver que houve evolução entre este livro e "Viver Depois De Ti", onde a escrita é bem mais sólida e escorreita. Achei interessante a alternância da narrativa entre as duas épocas distantes e até à revelação do segredo, tive alguma dificuldade em reconhecer a Joy jovem dos anos 50 na Joy idosa, mas depois fez tudo sentido. Fica a confirmação de Jojo Moyes é mais uma autora favorita para mim e pretendo ler mais livros dela.  

 

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