quarta-feira, 5 de agosto de 2015

"A Rapariga de Papel" Guillaume Musso


Título: A Rapariga de Papel
Autor: Guillaume Musso
Editora: Bertrand

Este foi o terceiro livro que li do autor. Primeiro li o "Venho Para Te Levar" em francês, mas apesar de boas ideias, mas cuja leitura acabou por não me agradar tanto como gostaria. Depois li o "Salva-me", já em português, que gostei um pouco mais. E deste "A Rapariga de Papel" gostei mais ainda.

Tom Boyd é um escritor que conheceu um sucesso estrondoso devido a uma série de livros de narrativa fantástica com anjos. Porém, uma dolorosa ruptura com Aurore, uma pianista francesa por quem se apaixonou, deixou-o sem vontade de viver, quanto mais de escrever e refugiou-se na clausura, recorrendo ao álcool e às drogas para enganar a dor. O seu amigo e agente Milo informa-o que os investimentos financeiros de ambos foram por água abaixo e só a conclusão do terceiro e último livro da série os pode salvar da ruína. Milo também conta-lhe que uma edição de luxo do primeiro volume correu mal e só metade de cada exemplar foi impressa, terminando abruptamente a meio de uma frase.
Nessa noite surge em casa de Tom uma jovem completamente nua que diz ser Billie, uma personagem do livro mencionada precisamente nessa frase inacabada e que por causa disso caiu no mundo real. Depois de muita desconfiança, as atitudes e os dados demonstrados pela rapariga confirmam  as características da personagem e Tom vai-se convencendo que se trata mesmo da personagem que criou. Quando Billie o resgata de uma tentativa de internamento psiquiátrico, os dois partem rumo ao México e formam um pacto: ela ajudar-lhe-à a reconquistar Aurore e ele dar-lhe-á uma história mais digna no terceiro volume. Mas ao longo do caminho, os dois vão desenvolvendo outros sentimentos. E quando Billie padece de uma estranha doença, Tom, Milo e Carole, a polícia amiga de infância de ambos, lançam-se numa corrida contra o tempo para a salvar. Essa salvação passará tanto por Tom escrever o novo livro como por recuperarem um exemplar da edição defeituosa que vai passando por diversas mãos em vários lugares do mundo. Mas será Billie mesmo uma personagem ficcional ou algo mais?

Eu gosto da escrita de Guillaume Musso, mas por vezes consegue ser um pouco angustiante e foi isso que me desanimou no primeiro livro que li dele. Porém neste livro essa angústia até contribuiu para que me ligasse à história, apreciasse as aventuras das personagens e me deixasse na expectativa. Outra característica do autor é criar personagens momentâneas onde apesar de merecerem uma larga descrição, só intervêm num determinado e geralmente decisivo momento da acção. Noutros livros, como por exemplo em "Salva-me", por vezes esse recurso acaba por ser um pouco acessório, mas em "A Rapariga do Papel" essa sucessão de personagens efémeras acaba por ser um dos aspectos mais positivos da segunda metade do livro.    

Eu por acaso apanhei um spoiler sobre o mistério do livro, mas mesmo assim consegui abstrair-me disso durante a maior parte da leitura e quando me lembrava, custou-me atar o fio à meada, o que foi mais um ponto a favor.

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