quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O Livro ou o Filme? (#1) "A Culpa é das Estrelas" John Green

Inicio hoje uma nova rubrica onde analiso em paralelo um livro que eu li com a sua respectiva adaptação em filme.


Título: A Culpa é das Estrelas 
Autor: John Green
Editora: ASA


Realização: Josh Boone
Argumento: Scott Neustadter e Michael H. Weber
Elenco: Shailene Woodley, Ansel Elgort, Laura Dern, Willem DeFoe

Já me aconteceu tanto os casos de ler o livro e depois ver o filme, como casos onde ocorreu o inverso e depois houve a situação em que fui ver o primeiro filme da série "Crepúsculo" enquanto estava a meio da leitura do respectivo livro. No caso de "A Culpa É As Estrelas", calhou ver o filme primeiro apesar de já há algum tempo quisesse ler o livro. 

A história: Hazel Lancaster é uma jovem que passou grande parte da sua vida como doente oncológica. Numa reunião de um grupo de apoio a jovens doentes com cancro, ela conhece Augustus Waters, um rapaz que perdeu uma perna devido a um cancro de ossos. O optimismo e energia de Augustus contrastam com a soturnidade de Hazel, que apesar de reagir muito bem a uns tratamentos experimentais para a sua doença, sente que tal não fazem do que prolongar apenas por mais algum tempo uma vida que está inevitavelmente destinada a ser curta. Mutuamente fascinados pelas suas personalidades, Hazel e Gus tornam-se amigos e compartilham os seus interesses. Hazel acaba também por travar amizade com Isaac, o melhor amigo de Gus que devido a uma doença ocular, está prestes a ficar cego. Quando os dois viajam com a mãe de Hazel até Amesterdão para conhecer Peter Van Houten, o autor do livro preferido de Hazel, os dois jovens dão largas à paixão, compensando pela desilusão do encontro com Van Houten. Mas uma trágica revelação de Augustus muda toda o rumo da relação entre ambos.

No cômputo geral gostei imenso tanto do filme como do livro. Eu receava que, como já sabia que a adaptação do filme era bastante fiel ao livro, que o livro não acrescentaria nada de novo, mas felizmente o livro teve detalhes e nuances mais que suficientes para não sentir que era uma copy/paste em papel do livro. Inclusivamente consegui imaginar a Hazel e o Gus com outros rostos que não os de Shailene Woodley e Ansel Elgort. 
A principal diferença é que a família do Gus participa significativamente mais na acção do livro do que no filme, inclusivamente no filme é dada a ideia que ele é filho único, e no livro ele tem duas irmãs mais velhas. No livro, Peter Van Houten é descrito como gordo, mas acho que o Van Houten do filme (interpretado por Willem Defoe, que nunca foi gordo) fisicamente encaixa melhor na essência da personagem. No filme, é muito mais fácil simpatizar com o Gus e até mesmo com Isaac do que com Hazel, embora também seja fácil perceber as atitudes menos simpáticas dela. No livro, narrado pelo ponto de vista de Hazel, compreende-se ainda melhor porque é que ela é assim. 
Os desempenhos do elenco estão bem conseguidos e também são bastante fiéis ao livro. Gostei do facto de que no filme, o actor que faz de pai da Hazel tenha dado um pouco mais de vulnerabilidade à sua personagem. 
Outra coisa que adorei no filme foram as cenas de Amesterdão, que me fizeram viajar no tempo até 2009, quando visitei a cidade. Mesmo com um tempo merdoso, adorei conhecer Amesterdão e achei a cidade bastante fascinante. Tal como as personagens do livro, eu também visitei a casa da Anne Frank e não há como não sentir as emoções à flor da pele.
Eu não sou de chorar com livros e filmes, mas consigo perceber claramente porque é que tanta gente chorou tanto no livro como no filme. Porém, no meio de tanta tragédia, o humor está sempre presente e os diálogos são inteligentes e inspiradores.

Não sei dizer se gostei mais do filme do que do livro, pelo que tenho declarar um empate no meu primeiro veredicto desta minha nova rubrica no blogue.         



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